Num certo tipo de igreja…

A platéia quase que preenche todo o auditório.

O palco sempre fica cheio, pois [acham que] ali é o tal lugar santíssimo – mais santo que os santos.

…

Tem um certo tipo de pregador.

O tal falador de repetidas frases prontas se apronta para subir e repetir.

Começa como de costume.

Costume de sempre repetir a encalorada sentença logo depois da gelada resposta da platéia.

E se nem a segunda e terceira tentativas deram certo, conclui lá do alto: “Falta o espírito a essas pessoas”.

Com a pretensão de um incendiário, sempre diz: “Acho que vocês não entenderam…”

Afim de inflamar.

E se ainda não funcionar, o insistente começa atacar.

Que, mau acostumado, quer sempre ouvir seus ruídos reverberar.

…

Essa, infelizmente é a saga de pregadores de performance.

Muitas vezes, com pouco conteúdo, repetem frases prontas.

Mas se não incendeia, a culpa é alheia.

…

Isso poderia mudar.

Se de si mesmos começassem a desconfiar.

Seria o começo do pensar.

Iriam estudar,

Pesquisar,

Perguntar,

Duvidar,

Ouvir,

Subverter,

Amadurecer,

Crer,

Aprender.

…

Deixariam de usar os pronomes que categorizam para hierarquizar.

Porque “EU”…

E “vocês”…

Dariam o lugar para “nós” e…

Somente “ELE”.

…

P.S.:

Decidi ler a somente ouvir.

Agora, primeiro penso e depois vou procurar o que ler.

Antes só ouvia,

Depois [talvez] lia,

E depois, [muito] talvez, pensaria.

Boas ondas,

Tropical